Bauhaus

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

1919: A primeira etapa - A Bauhaus Expressionista

Figura: Estrutura do Programa da Escola


Bauhaus abre as suas portas na cidade de Weimar em 1919, e assenta nos conceitos do Werkbund. O arquitecto Walter Gropius foi indicado para dirigir a nova «Schule für Gestaltung». Esta primeira etapa será posteriormente chamada a «fase expressionista», porque nos primeiros anos dá prioridade à expressão emocional e à individualidade dos estudantes.

O primeiro Vorkurs (Curso Preliminar) é leccionado pelo pintor e ‘monge asceta’, o místico suíço Johannes Itten (conhecido pela sua obra «Teoria das Cores»).

Em Weimar, pretende-se fazer a síntese do trabalho dos artistas e dos artesãos, ignorando a produção em série industrial e capitalista. A ideologia dos primeiros anos está próxima do movimento Art and Crafts. A primeira exposição da Bauhaus, deu-se no ano de 1923.

Figura: Manifesto da Bauhaus, ilustrção feita na Bauhaus.

O manifesto da Bauhaus continha não só a emotiva declaração de princípios - “o objectivo final de toda a actividade construtiva é a estrutura!”- como também discutia os objectivos da Bauhaus, o seu currículo e os requisitos de admissão. Atraídos pelo programa moderno, e pelo vanguardismo da mesma, a adesão a esta nova perspectiva foi de cerca de 150 alunos. Na sua grande maioria, mulheres.

Certos autores referem a esta adesão, como “O chamamento de Gropius foi como uma fanfarra atraindo entusiastas de todos os lados.” Bauhaus, foi na verdade a primeira escola de arte reformada a retomar depois da guerra. À primeira vista, o programa da Bauhaus parecia-se com o ensino noutras escolas de artes: Os alunos deviam receber uma formação artesanal, uma de desenho e outra científica.

A novidade residia, contudo, no objectivo global que Gropius estabeleceu para a escola, na estrutura erguida em “conjunto”, à qual todos deveriam contribuir através do “artesanato”. A substituição dos tradicionais professores, por mestres.

Os estudantes eram denominados aprendizes, podendo progredir para a categoria de oficinas e posteriormente em mestre jovem.

A actividade da Bauhaus era decidida por um Conselho de Mestres, cujos poderes incluíam o direito de nomear novos mestres. Os estudantes eram ensinados por diversos mestres. Assim “poder-se-ia acabar com a barreira arrogante entre artistas e artesãos, e abrir caminho para a nova estrutura do futuro”.

Os primeiros anos da Bauhaus foram caracterizados por um forte espírito de comunidade. Pretendia-se planear, projectar e construir para o novo “homem”. Esta visão não impediu que aceitassem e executassem encomendas simples, de móveis, objectos metálicos, tapetes e decorações de interiores. Foi precisamente na reconciliação destes pólos opostos que se fundou o objectivo e o significado da escola. Das forças contraditórias, nasceu um equilíbrio criativo, cuja estabilidade foi alcançada e testada.

No primeiro ano da Bauhaus, Gropius, nomeou três artistas de origens diferentes, o pedagogo de arte e pintor Johannes Itten, o pintor Lyonel Feininger e o escultor Gerhard Marcks.

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