Bauhaus

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Johannes Itten o seu curso

Figura: Johannes Itten, com o traje da Bauhaus.





















Este pintor e pedagogo de arte, foi a personalidade mais importante na primeira fase da Bauhaus. Gropius foi impressionado por Itten, convidando-o para discursar sobre os “ ensinamentos dos mestres antigos” na sessão inaugural da Bauhaus em 1919.

“ Intuição e método “ ou “experiência subjectiva e recognição objectiva”, eram os dois conceitos opostos em que se baseava o ensinamento de Itten. O qual, iniciava as suas aulas com exercícios respiratórios para se descontrair antes de criar.

“Trazer à luz o essencial e o contraditório em cada material”, para desenvolver e apurar a sensibilidade dos alunos, era o seu objectivo.

Décadas depois, Alfred Arndt, estudante da Bauhaus, fez descrição esclarecedora de um dos exercícios: “ Os trabalhos eram muito diferentes, As raparigas produziam objectos pequenos, delicados do tamanho de uma mão. Alguns dos rapazes apareceram com fragmentos de um metro de altura. (...)”.

Estes estudos tinham como objectivo dar valores aos contrastes dos materiais e ao movimento. “Todos tinham a liberdade de inventar tais objectos plásticos através do desenho”.

Ensinava teorias de contrastes, formas e cores.

A teoria de Itten, partia das formas elementares geométricas, círculos, quadrados e triângulos. O círculo era “fluente” e “central”, o quadrado “calmo” e o triângulo “diagonal”.

As cores e as formas “primárias” foram conceitos que influenciaram bastante a Bauhaus.

Itten, ensinava aos alunos as bases da teoria de cor e forma, composição e “Design”. A inspiração para o novo e moderno sistema de ensino provinha das teorias de reforma educacional com as quais Itten estava já familiarizado, e pertencentes aos artistas vanguardistas.

Na primeira fase da Bauhaus, Itten organizou e estruturou um curso preparatório cujos ideais foram perpetuados e adaptados a muitos cursos de “design” actuais.

Itten era profundamente venerado. Reconhecido e profundamente venerado como “mestre”.

Em 1920, Itten e Muche assistiram juntos a um congresso do masdeísmo em Leipzig. O baluarte da seita na Alemanha, começando posteriormente a difundir a seita na Bauhaus.

Itten colaborou em vários revistas de arte com trabalhos sobre preceitos do masdeísmo. Tendo publicado um artigo no qual argumentava que a raça branca representava o nível civilizacional mais elevado, reflectia até uma forma primitiva de racismo. Isto explica talvez a origem da sua litografia “A Casa do Homem Branco”.

Paulo Citroen, estudante da Bauhaus deixou a mais fiel descrição dos seguidores do masdeismo na Bauhaus: “Havia algo de demoníaco em Itten. Como mestre era profundamente admirado e igualmente odiado pelos seus inimigos, que não eram assim tão poucos. Ignorá-lo é que não se podia. Para nós que pertenciamos ao circulo do masdeísmo – uma comunidade especial dentro da Bauhaus - Itten tinha uma aura muito especial. Quase se podia denomina-lo santo, só nos aproximávamos dele em sussurros. A nossa admiração por ele era enorme e ficávamos encantados e inspirados sempre que ele nos tratava de forma simpática e natural.”

Com a saída de Itten, em 1923, segundo Citroen: “O nosso grupo foi finalmente absorvido pela maioria estudantil da escola, e o masdeísmo não mais voltou a ser um problema para a Bauhaus”.

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